Pesquisadores e técnicos do Instituto Mamirauá receberam no sábado (18), em Tefé (AM), para uma rápida visita, uma comitiva do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), e seu titular, o Ministro Gilberto Kassab. Após uma apresentação do Diretor Geral do Instituto Mamirauá, Dr. Helder Lima de Queiroz, o ministro conheceu a biblioteca, e alguns acervos e laboratórios. “Saio daqui muito feliz, porque nós pudemos conhecer um grupo de profissionais muito idealistas e apaixonados pelo tema, que precisam do nosso apoio e com certeza o terão”, avaliou Kassab.
Esta fez parte de uma série de visitas que o ministro vem fazendo por todo o Brasil, para conhecer os equipamentos, programas e projetos existentes. Segundo o ministro, hoje existe uma limitação muito grande de recursos para os projetos desenvolvidos pelo Instituto Mamirauá: “A visita fortalece a nossa convicção da importância de redobrar a atenção para instituições como esta, localizada numa distância tão grande, seja de Brasília ou de Manaus, e que, portanto, requer uma atenção especial de nossa parte”.
Durante sua explanação, Helder enfatizou os resultados da atuação do Instituto Mamirauá e os impactos sentidos nos seus programas e projetos neste momento em que a crise econômica do país também afeta profundamente a instituição. “Nós iniciamos uma trajetória para expandir nossa atuação institucional em 2012, e esse projeto foi interrompido no ano passado por falta de recursos. Nossos processos de levantamento da biodiversidade também foram paralisados e precisam ser retomados. Nós criamos uma série de pequenas redes temáticas com pesquisadores de várias instituições diferentes da Amazônia, redes temáticas em uso de recursos florestais, em reprodução de espécies ameaçadas, em manejo comunitário da pesca, em uso de caranguejos de manguezais, e tudo isso precisa ser reativado porque são nossos parceiros, que desenvolvem seus projetos contando conosco”, expôs o diretor.
Segundo Helder, medidas emergenciais vêm sendo adotadas para tentar superar a crise financeira, o que incluiu o fechamento de 60% das bases de campo de Mamirauá, a redução da força de trabalho – em 2015 era de 320 pessoas e agora são 240 entre estagiários, bolsistas e funcionários. Mais recentemente, o Instituto teve que reduzir sua jornada de trabalho de oito horas diárias para cinco, como uma medida de economia. “Nós precisamos discutir a recomposição orçamentária e a renovação contratual, pois o atual contrato foi prorrogado por mais um ano. E repensar quais são os objetivos estratégicos que o Ministério deseja que a instituição execute, pensar quanto isso vai custar e refletir estes custos nos nossos termos contratuais”, ressaltou Helder, acrescentando que “juntos podemos encontrar uma solução para esses problemas. E a gente vai conseguir”.
Além de integrantes do MCTIC, também acompanharam a comitiva representantes do Governo do Estado do Amazonas. “Nós já expressamos ao Ministro a importância do trabalho do Instituto Mamirauá e dos resultados que já foram alcançados até aqui. As interações que têm acontecido ao longo do tempo e que tem se traduzido em benefícios para as comunidades ribeirinhas. Por isso, é fundamental que o Instituto tenha os recursos que necessita para a continuidade do trabalho”, disse Antonio Stroski, secretário de estado de Meio Ambiente.
A atuação do Instituto Mamirauá
Ao longo da visita, o ministro Kassab pôde conhecer mais da atuação do Instituto Mamirauá e das escolhas estratégias para atuar nessa região, conforme explicou o diretor geral: “Nós escolhemos, juntamente com o Ministério, atuar na calha do Rio Solimões – Amazonas porque 80% da população da Amazônia vivem nessa região”. E é uma população que depende de atividades extrativistas. “Apenas 0,5% do PIB nacional vem de atividades extrativas, mas nos estados da Amazônia isso varia de 3,6% a 15,3%. Então, as atividades extrativas são muito importantes para a economia regional”, comparou Helder.
Esses vários locais onde o Instituto Mamirauá atua são aqueles em que as demandas por manejo de recursos naturais são mais altas. Eles ocorrem exatamente nas áreas onde vive a população mais carente da região. “Portanto, nós deixamos de ser somente conhecidos por uma instituição que atua pela conservação de espécies, mas também pelo incentivo ao manejo de recursos naturais em partes que apresentam os menores índices de desenvolvimento humano da Amazônia”, disse Helder.
Com informações da Assessoria