O Instituto Mamirauá inaugurou esta semana, em sua sede em Tefé (AM), o primeiro Centro Vocacional Tecnológico do estado do Amazonas. Depois de um período de inscrições, 29 jovens comunitários foram selecionados. O projeto terá como foco a capacitação e o aperfeiçoamento técnico de produtores rurais que atuam em sistemas ligados aos recursos naturais da Amazônia. A proposta é que mais duas bases flutuantes do CVT sejam construídas nas áreas das Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã nas proximidades das sedes dos municípios de Fonte Boa e Maraã.”Esse é o início de um projeto educacional que irá trabalhar com as lideranças jovens das comunidades”, comentou Sandro Augusto Regatieri, um dos responsáveis pelo CVT.
O primeiro dia de aula foi marcado pela cerimônia de inauguração. As atividades iniciaram no período da manhã e os orientadores dos jovens apresentam um teste de fogo para os alunos: planejar e executar a cerimônia. Os estudantes debateram sobre o assunto e prepararam o evento. “A inauguração foi emocionante, principalmente porque foram eles que prepararam toda a cerimônia. Conversaram, dividiram tarefas e fizeram uma bela inauguração”, comentou Regatieri.
A diferença na metodologia de ensino será um grande desafio para os educadores do CVT. Acostumados com o modo tradicional de lecionar, eles terão que criar novas maneiras de passar a informação. “Acho que qualquer educador sonha com um novo modelo de escola. O modelo do CVT nos traz expectativa. Na minha matéria, que é matemática, nós estaremos trabalhando o conhecimento matemático nas práticas diárias deles”, explicou Raimundo Medeiros, professor do CVT.
“Nós vamos estudar nesse prédio. Mas a nossa sala de aula será muito maior, será toda a região do Médio Solimões. Nós vamos aprender na prática todas as ações importantes para a gestão das nossas instituições”, comentou Raimundo Rodrigues Moreira, outro estudante do CVT, morador da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.
Os CVTs
Os Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs) são unidades de ensino e de profissionalização, voltados para a difusão do acesso ao conhecimento científico e tecnológico, conhecimentos práticos na área de serviços técnicos, além da transferência de conhecimentos tecnológicos na área de processo produtivo. É uma iniciativa da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (SECIS/MCTI) e, atualmente, são cerca de 370 no Brasil.
Foto e Texto: Paulo Henrique Araujo