O Instituto Mamirauá inicia hoje, dia 3, o 10º Simpósio sobre Conservação e Manejo Participativo na Amazônia. O evento será transmito ao vivo, pelo link http://webconf2.rnp.br/idsm/. Ao longo do dia, 18 pesquisas serão apresentadas. Uma delas, é o estudo sobre quelônios que concluiu: tartarugas-da-amazônia maiores colocam ovos maiores e geram filhotes maiores, com mais chances de sobrevivência. No entanto, não há relação entre o diâmetro das tartarugas e a quantidade de ovos e filhotes. Estas são algumas das conclusões da pesquisa que teve como objetivo avaliar a relação entre biometria e peso das fêmeas de tartarugas-da-amazônia com o sucesso de eclosão, número e tamanho dos ovos e tamanho dos filhotes.
Segundo Cássia Santos Camillo, pesquisadora associada do projeto Conservação de Vertebrados Aquáticos Amazônicos, realizado pelo Instituto Mamirauá, com patrocinado da Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, a coleta de dados foi realizada na praia do Horizonte, rio Solimões, na Reserva Mamirauá, durante as temporadas reprodutivas de 2011 e 2012. “Fêmeas em processo de nidificação foram capturadas para biometria e marcação. Uma amostra de dez ovos de cada ninho foi mensurada após a postura, e na época da eclosão, foram capturados dez filhotes para biometria e pesagem, sendo, em seguida, liberados”, explicou Cássia, uma das autoras da pesquisa.
Durante as temporadas reprodutivas foram capturadas 75 fêmeas de tartarugas-da-amazônia, com comprimento médio de 68 cm e peso médio de 32 kg, e monitorados 50 ninhos, com uma média de 108 ovos por ninho. Quanto aos filhotes, foram capturados 280 indivíduos com comprimento médio de 5 cm e peso médio de 22 g. “Por outro lado, as características da fêmea parecem não influenciar o sucesso de eclosão, que é a % de filhotes que nascem. O sucesso de eclosão provavelmente está relacionado com fatores como temperatura, umidade e granulometria do sedimento”, concluiu a pesquisadora.
Esta pesquisa é parte do monitoramento da população reprodutiva de tartarugas-da-amazônia, iaçás e tracajás. O Instituto Mamirauá captura fêmeas na praia do Horizonte desde 2009, a fim de levantar essas informações. O evento se estende até a sexta-feira, dia 5. Além das 18 pesquisas que serão apresentadas, ao longo dia, outras 32 serão apresentadas em forma de painel.
Fonte: ASCOM/MAMIRAUÁ