Um grupo de jovens de Tefé teve uma experiência rica nesse fim de semana, no dia 27. Em visita à Reserva Mamirauá, os cerca de 10 jovens, acompanhados dos professores, conheceram a Pousada Flutuante Uacari, fizeram um passeio de canoa e uma trilha pela floresta.O passeio foi a premiação para os vencedores da 1ª Feira de Ciências, Tecnologia e Desenvolvimento Social do Médio Solimões, realizada em outubro de 2015. Durante a visita à Reserva, o grupo também assistiu uma palestra com João Valsecchi do Amaral, diretor Técnico Científico do Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Durante a conversa, os jovens conheceram mais sobre as ações de pesquisa e manejo do Instituto Mamirauá. O professor de filosofia do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Martinho Correia, orientou o projeto “Sabores de Tefé”, que venceu o primeiro lugar na categoria “Trabalhos Aplicados” e acompanhou seus alunos no passeio. De acordo com o professor, a premiação, além de ser um reconhecimento ao envolvimento e dedicação dos alunos, também ofereceu a oportunidade de conhecerem ações realizadas na região onde vivem.
“Eles tomam conhecimento de uma ação de pesquisa e extensão que acontece na região que vivem, através do instituto Mamirauá, e que muitas vezes eles não têm noção dessa dimensão. Eles percebem, ao chegar aqui, como o meio ambiente é trabalhado, como o trabalho com as comunidades ribeirinhas é feito. Acho importante porque abre para eles verem o compromisso que devem ter com a comunidade, com a cidade, com a região, o meio ambiente, voltado principalmente para o desenvolvimento sustentável”, contou Martinho.
João Paulo Borges Pedro, coordenador do Programa de Iniciação CientíficaJúnior (Pibic-ICJ) do Instituto, também conversou com o grupo durante a apresentação. “A nossa ideia é estimular os jovens de Tefé a seguirem uma carreira científica, estimular esse despertar na ciência brasileira. Essa foi a primeira Feira, tivemos inscrição de vários alunos e escolas, projetos bem interessantes e diferentes uns dos outros. Para a Feira deste ano, todas as escolas do ensino médio de Tefé serão novamente convidadas e o Instituto Mamirauá estará de portas abertas para receber os projetos inscritos pelos professores”, comentou.
Sadraque de Souza Castro, 18 anos, foi um dos alunos premiados. O projeto “O efeito das fibras na redução do colesterol” foi apresentado por Sadraque e seus colegas, que cursavam o 1º ano do Ensino Médio na Escola Estadual Frei André. O projeto foi o 2º lugar na categoria “Trabalhos de montagem e Informativos”. “Nós achamos um tema que dava informação, precisava ser um tema que trouxesse novidade e interessasse o púbico. Já estou planejando participar da feira desse ano. Gostei da feira porque, às vezes, a gente até ouve falar sobre um tema, mas não estuda profundamente pra saber os detalhes. Gostei de aprender e também transmitiro que eu aprendi para outras pessoas”, comentou Sadraque.
O jovem, que é do município de Alvarães, está em Tefé desde 2015 para estudar. “Não conhecia a Reserva, foi a primeira vez que vim. Aprendi que, aqui, todos os animais têm seu tempo, eles vivem em harmonia. Eu aprendi isso e vou guardar pra mim. Já tinha visto jacaré, mas não de tão de perto, nunca tinha visto pirarucu boiar, achei muito interessante. Valeu à pena”, contou.
Feira de Ciências
Os alunos apresentaram seus trabalhos na 1ª Feira de Ciências, Tecnologia e Desenvolvimento Social do Médio Solimões, na sede do Instituto Mamirauá, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia em Tefé (Am), realizada em 21 de outubro. “A gente percebe que, com a feira, você tem uma interação entre as escolas, uma interação entre os professores e isso é interessante. Há uma troca de experiências”, ressaltou o professor do Ifam.
Participaram da feira seis escolas, com 30 projetos inscritos, envolvendo 54 estudantes. Os participantes se inscreveram em três categorias: Investigatório, Montagem ou Informativo, e Aplicado. Os dois melhores projetos de cada categoria foram premiadosdurante o evento.
A Feira de Ciências contou com o apoio do Governo do Estado do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Com informações da assessoria Fotos: Amanda Lelis