Com energia solar, Instituto Mamirauá testa iluminação em campos de futebol na Amazônia

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Duas comunidades no interior do estado do Amazonas agora jogam futebol à noite. O Instituto Mamirauá a Philips e o Instituto IDEEAS instalaram postes com lâmpadas LED em dois campos de futebol, um na Reserva Amanã e outro na Reserva Mamirauá, em abril. A nova opção de lazer beneficia cerca de 60 famílias. O campo tem tamanho aproximado de 1000m² e baterias que captam a energia solar com autonomia de aproximadamente oito horas.

O sistema é constituído de dois módulos fotovoltaicos de 130 volts, uma bateria de 200A e um controlador de corrente contínua de 12 volts. Durante todo o dia, a energia luminosa do sol é armazenada na bateria e à noite a energia volta para a forma luminosa novamente. Segundo Otacílio Brito, técnico do Programa Qualidade de Vida do Instituto Mamirauá, o interessante desse sistema é que ele tem um time interno que está programado para ligar automaticamente, quando escurece. A duração das baterias deve ser de cinco anos.

“O sonho de todas as comunidades é ter um sistema desses. Agora, eu acredito que elas vão ver que dá certo e vão lutar para ter esse modelo de campo ou outros equipamentos ligados em energia solar. No nosso caso, nós queríamos a energia solar para armazenar frutas, assim, a gente ia poder comercializar”, exemplificou Davi Pereira Feitosa, presidente da Comunidade Vila Nova do Amanã, uma das comunidades beneficiadas, no município de Maraã (AM).

Desafio de Impacto Social Google | Brasil

O Instituto Mamirauá é finalista do Desafio de Impacto Social Google | Brasil com o projeto “Gelo Solar: tecnologia para conservação de alimentos em comunidades isoladas da Amazônia”. Caso seja vencedor, o Instituto Mamirauá e o Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo utilizarão uma máquina de gelo solar inovadora, que não utiliza baterias, para resolver o problema da conservação de alimentos e comercialização do pescado e polpas de frutas em comunidades isoladas na Amazônia.

No interior do estado do Amazonas, a matriz energética, quando disponível para pequenas parcelas das populações ribeirinhas, é 100% de óleo diesel. Nas duas comunidades que possuem o campo de futebol, está em experimento também o Sistema de Abastecimento de Água, que para funcionar faz uso de energia solar fotovoltaica. Segundo Dávila Corrêa, coordenadora do Programa Qualidade de Vida do Instituto Mamirauá, o objetivo do Instituto Mamirauá é expandir as pesquisas sobre o uso da energia fotovoltaica para diversos aspectos da vida comunitária em áreas rurais, juntando as condições locais com a tecnologia disponível. “A maioria das comunidades da Amazônia, da área de várzea, faz uso de pequenas usinas termoelétricas que funcionam somente quatro horas por dia o que não é adequado para a conservação de alimentos”.

Em dois anos, a proposta ajudará a aumentar em 12% a renda de mais de 100 famílias (800 pessoas) e promoverá a capacitação para que a inovação se espalhe pelas outras 250 comunidades (cerca de 10.000 pessoas) das Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã. As quatro melhores propostas irão receber um Global Impact Award no valor de R$1 milhão e o Google irá ajudar a transformar o projeto em realidade. Um dos projetos será escolhido por meio de votação popular. O período de votação do público dura de 29 de abril até o dia 7 de maio de 2014. Vote no Instituto Mamirauá em www.mamiraua.org.br/google

 Texto: ascom

Foto: AleSocci-Green Pixel