A marca “Bacalhau da Amazônia” poderá alçar voos internacionais. O Governo do Amazonas, através da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), e o Ministério de Relações Exteriores (MRE) irão promover no dia 24 de abril, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, o lançamento do produto para as Embaixadas Estrangeiras com sede na capital federal.
O evento tem o objetivo de comercializar o bacalhau amazônico, produzido na cidade de Maraã (a 681 quilômetros de Manaus), em escala mundial, seguindo determinação do governador Omar Aziz de ampliar as oportunidades de renda dos produtores rurais. “Queremos expandir o mercado do bacalhau produzido no Amazonas. É um desafio para nós, mas poderemos ano que vem já fornecer o produto para outros países. Queremos enviar bacalhau da Amazônia até para a Noruega”, frisou o titular da Sepror, Eron Bezerra, que esteve reunido nesta segunda-feira, dia 12 de março, em Brasília, com o ministro Milton Rondó Filho, coordenador-geral de Ações Internacionais de Combate à Fome do MRE, onde ficou acertada a realização do evento no Itamaraty.
Conforme explicou Eron Bezerra, o Ministério de Relações Exteriores possui um departamento que cuida especificamente do cadastramento de produtos que o Governo Brasileiro tem interesse em divulgar comercialmente no mundo. Para que o Bacalhau da Amazônia ingresse essa lista, o secretário levou uma mostra do produto ao ministro Milton Rondó. “O ministro ficou bastante impressionado com a qualidade do nosso bacalhau. Tanto que acertamos a apresentação do bacalhau da Amazônia aos estrangeiros. Iremos efetuar o cadastro do produto junto ao ministério ainda esta semana”, afirmou.
Entre as Embaixadas Estrangeiras integrantes do corpo diplomático que possuem representação em Brasília estão as da Noruega, Rússia, África do Sul, Estados Unidos, Portugal, França, Itália, entre outras. O MRE ainda sinalizou com a possibilidade de o próprio Governo Federal comprar o bacalhau da Amazônia para enviar como ajuda humanitária a outros países.
Negociações – O Governo do Amazonas também está em fase de negociação com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que lidera as ações internacionais de erradicação da fome e da insegurança alimentar, para a exportação de outro produto que deverá ser produzido este ano na fábrica de Maraã: o peixe seco.
O secretário de produção rural se encontrou, também em Brasília, com representantes do Programa Mundial de Alimentação (PMA), uma filial da FAO, responsável por fornecer alimentos às pessoas que passam fome em todo o mundo. “Já temos o compromisso do PMA que irá comprar o peixe seco para enviar aos países atendidos pela entidade”, explicou Eron.
Durante a entressafra do pirarucu serão processadas outras espécies como cubiu, jaraqui, sardinha e surubim. A ideia de trabalhar com a salga do pescado, segundo o secretário da Sepror, é evitar que a indústria fique paralisada no período posterior ao beneficiamento do pirarucu.
As negociações iniciaram ainda no começo deste ano, quando Eron Bezerra entrou em contato com o novo diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano. “Nós nos colocamos à disposição para que a FAO comprasse peixe da nossa região. O peixe seco é bom porque, diferente do bacalhau, pode ser facilmente manejado, não estraga e acaba diminuindo o custo com a logística”, detalhou.
Ainda acontecerão outras reuniões onde serão estipulados os quantitativos relacionados à compra do peixe salgado. “Aí sim poderemos entrar na fase concreta de venda e pagamento”, finalizou Eron Bezerra.
Inauguração – Está marcada para o mês de agosto a inauguração da Fábrica do Bacalhau da Amazônia em Fonte Boa (localizada a 676 quilômetros de Manaus). A informação foi confirmada pela Secretaria de Produção Rural do Estado. A expectativa é que, juntas, as duas fábricas possam processar 5 mil toneladas de peixe. A unidade em Fonte Boa é resultado de uma parceria com a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). “Essa é mais uma boa notícia que nos deixa ainda mais otimistas quanto ao crescimento da produção do bacalhau da Amazônia, o que permitirá a geração de novas oportunidades aos produtores amazonenses, conforme orienta o governador Omar Aziz”, destacou o titular da Sepror.
Fonte: Agecom
Foto: Roberto Carlos