A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) informa nesta quarta-feira (05/06) a confirmação de dois casos de Doença de Chagas Aguda de Transmissão Oral procedentes do município de Uarini (a 565 quilômetros a oeste de Manaus). Os diagnósticos foram confirmados pelo Laboratório de Central de Saúde Pública (Lacen- FVS). Outros três casos seguem em investigação.
Os dois pacientes com diagnóstico confirmado fazem acompanhamento na Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), em Manaus. Uma equipe composta por cinco técnicos da FVS das áreas de vigilância ambiental, sanitária, epidemiológica e diagnóstico laboratorial e um médico infectologista da Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) foi enviada ao município na última terça-feira (03/06) e permanecerá lá até o domingo (09/05).
Os pacientes relataram o histórico de ingestão de açaí recentemente. Entre as medidas tomadas de imediato no município pela vigilância sanitária está a suspensão da venda do açaí em Uarini, como ação de precaução.
A Doença de Chagas Aguda de Transmissão Oral é uma doença infecciosa grave, causada por um protozoário conhecido por Trypanosoma cruzi, que é transmitido pela ingestão de alimento contaminado com os parasitas presentes nas fezes dos insetos vetores, chamados de barbeiros.
A diretora-presidente da FVS, Rosemary Costa Pinto, salienta que esse momento é a época que os barbeiros estão mais ativos, portanto é necessário aumentar o alerta na hora de adquirir qualquer alimento fora de casa. “Ao comprar os produtos, é importante buscar os fornecedores que garantam qualidade ao alimento e que sigam as normas de higiene para evitar o risco de contaminação”, alertou Rosemary.
Boletim Epidemiológico – Até maio deste ano, 12 casos foram notificados da Doença de Chagas no Amazonas. Em 2018, foram 89 casos.
Transmissão – A FVS-AM alerta para os riscos de contaminação de alimentos por parasita Trypanossoma cruzi, principal transmissor da doença, principalmente na hora da compra, preparação, conservação e consumo de alimentos. No Amazonas, a principal forma de transmissão da doença se dá por meio de ingestão de suco de açaí contaminado.
É preciso observar as condições de higiene dos manipuladores da fruta, do local de venda. A FVS-AM ressalta que, além do açaí, outros alimentos também podem estar envolvidos na transmissão oral do parasita, como frutas, vegetais e respectivas preparações, como suco de cana de açúcar, buriti, bacaba; além de carne crua, sangue de mamíferos silvestres e leite cru.
Sintomas – Os doentes podem apresentar um quadro de febre constante, inicialmente elevada, diarreia, vômito, dores de cabeça e musculares. Casos complicados podem evoluir com manifestações cardíacas, além do comprometimento do fígado e baço.
O diagnóstico precoce e o tratamento imediato previnem as formas crônicas da doença e a ocorrência de óbitos. A FVS-AM realiza de forma sistemática o treinamento dos microscopistas da malária para que também realizem o diagnóstico oportuno para Chagas.
A principal forma de prevenção é evitar que o inseto forme colônia nas frestas de telhado e parede. Além disso, no caso de consumir produtos in natura, é necessário conhecer bem a procedência. O tratamento da doença é disponibilizado em todas as unidades da rede pública de saúde.
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