Governo do Amazonas intensifica ações de combate à hanseníase no Estado

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O quadro da hanseníase no Estado do Amazonas tem mudado gradativamente devido às ações de controle e monitoramento da doença implementadas pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação Alfredo da Matta (Fuam), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (Susam). A Fuam tem feito ações de detecção e tratamento da hanseníase e capacitação de profissionais na capital e no interior do Amazonas para garantir a qualidade na saúde pública do Estado.

A hanseníase é uma doença que se manifesta por meio de sinais e sintomas como lesões de pele com diminuição ou ausência de sensibilidade. A doença é causada pelo bacilo Mycobacterium Leprae, não é hereditária e sua evolução depende de características do sistema imunológico da pessoa que foi infectada.

Conforme os dados do departamento de Controle de Doenças e Epidemiologia da Fuam, o Amazonas registrou uma redução de 80% da incidência da doença passando de 69 casos a cada 100 mil habitantes, em 1989, para 14 casos a cada 100 mil habitantes, em 2014.

A Fundação Alfredo da Mata está localizada no bairro da Cachoeirinha, zona centro-sul de Manaus, e é referência no tratamento da hanseníase na região Norte há 60 anos. Nesta semana, diversos profissionais da área da saúde participam na instituição de um curso sobre Baciloscopia, um exame próprio para a detecção da hanseníase. O treinamento é baseado no Guia de Procedimentos Técnicos de Baciloscopia em Hanseníase feito pelo Ministério da Saúde, em 2010.

O foco principal da capacitação é o diagnóstico da hanseníase, além de outras abordagens acerca da doença, segundo o coordenador do curso, o farmacêutico e bioquímico Everton Sales. “Temos um trabalho específico de laboratório de combate à hanseníase na Fundação (Alfredo da Matta), com a técnica padronizada nacionalmente pelo Ministério da Saúde. E essa capacitação vai ajudar a instruir mais profissionais para realizar um trabalho com mais qualidade na questão do diagnóstico e tratamento da hanseníase”, afirmou.

Casos no interior – Em 2014, foram diagnosticados 557 casos no Amazonas. Desse total, o relatório da Fuam aponta que 215 (38,6%) eram pessoas residentes em Manaus e 342 (61,4%) do interior. Os municípios amazonenses que apresentaram os maiores casos de hanseníase foram Humaitá com 38 casos; Eirunepé (24); Itacoatiara (23); Parintins (19); Iranduba (18); Autazes (13); Lábrea (13); Tapauá (13) e Carauari (13).

Essas regiões apresentam as maiores incidências da doença no Estado. Para tanto, há um apoio da Fundação Alfredo da Matta com serviços de controle de medicamentos para que se tenha um eficaz abastecimento de medicação, além de capacitação de profissionais para aperfeiçoamento na busca de casos e controle da Hanseníase.

Controle e monitoramento – Neste mês de maio, está programada a visita das equipes da Fundação Alfredo da Matta aos municípios de Humaitá, Autazes, Manicoré, Coari, Urucurituba e Itacoatiara, onde vão fazer monitoramento, busca de casos, examinar a população e capacitar os profissionais locais. A gerente do Departamento de Doenças e Epidemiologia do órgão, Valderiza Pedroza, destaca a importância desse trabalho de controle e monitoramento da doença no Estado que, no primeiro trimestre deste ano, já registrou 110 casos da doença.

“Trabalhamos de uma maneira geral para fazer a busca precoce dos casos  da hanseníase e quebrar a cadeia de transmissão, que esse é um grande objetivo nosso, porque quanto menos pessoas tiverem transmitindo, menos casos vamos ter. E a capacitação de profissionais ajuda porque diagnosticamos os casos precocemente”, explicou.

População – O apoio da população também é fundamental no combate da doença. Conforme Valderize Pedroza, é necessário saber os sintomas e procurar os postos de atendimentos no Estado.

“É importante que as pessoas saibam que, se ela tiver uma mancha na pele, deve procurar o serviço de saúde. As unidades de saúde no interior têm profissionais que fazem exames de pele para buscar casos de hanseníase. Na capital, há Policlínicas, unidades de saúde e o Alfredo da Matta onde as pessoas podem fazer os exames dermatológicos e, se for detectada a hanseníase, devem iniciar o tratamento para a cura”.

FOTO: ROBERTO CARLOS/SECOM