O professor de física e proprietário do cursinho pré-vestibular Centro da Física, Tomás Gomes Neto, está preso desde o dia 10, quando foi aplicada a primeira prova do vestibular da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
Ele é suspeito de ser o líder, mentor e responsável pelo grupo de mais seis pessoas que tentaram fraudar o vestibular e estão sendo indiciadas pela polícia. A informação foi confirmada pelo secretário de inteligência Thomas Vasconcellos nesta terça-feira (20).
De acordo com o secretário além dos indiciados, mais quatro candidatos estão sendo investigados. O grupo não teve acesso prévio à prova. Para realizar a fraude, os líderes do esquema estavam inscritos regularmente para fazer o vestibular.
O plano era utilizar uma caneta com uma micro-filmadora para captar as imagens das questões e sair da sala de prova para respondê-las e repassá-las via mensagem de celular para os candidatos que pagaram para obter o resultado.
A ação da quadrilha foi identificada na quarta-feira (7) após denúncias. Segundo o secretário de Inteligência, escutas telefônicas autorizadas pela Justiça conseguiram flagrar alguns momentos em que a quadrilha planejava os últimos detalhes da ação.
O professor Tomas Gomes foi preso na manhã de sábado (10), antes do início das provas, enquanto tentava entrar na Escola Estadual Primeiro de Maio, na Praça 14, Zona Sul.
Os outros envolvidos na tentativa de fraude foram retirados das salas antes do início da aplicação das provas do vestibular.
“Uma das nossas preocupações era com o sigilo da prova. Não houve a concretização da tentativa de fraude, visto que as pessoas foram detectadas e presas. Por isso, o concurso não vai ser anulado e o certame prossegue normalmente”, afirmou o reitor da UEA
A tentativa de fraude era direcionada ao curso de Medicina, o mais concorrido da instituição. A polícia indiciou, por participação na tentativa de fraude, o estudante universitário Carlos Alberto Oliveira da Silva Junior, que faz o 4º período de medicina na UEA.
Alberto ministra aulas particulares de Biologia, matéria cujas questões da prova ele ficou responsável por responder. Ele não se inscreveu no vestibular, mas foi detido na companhia de Tomas nas proximidades da Escola.
O estudante do 10º período do curso de Engenharia da Computação da Ufam, Bráulio Nogueira de Carvallo, também foi indiciado por envolvimento na quadrilha. Funcionário público municipal, Carvallo participaria da fraude respondendo questões e repassando a Tomas.
Outro indiciado pela polícia foi o estudante do curso de Medicina de uma faculdade particular de Manaus, Hugo Cardoso de Andrade. Ele responderia as questões de Biologia, Química e Inglês.
Ao ser detido pela polícia, Hugo portava uma carteira de identidade falsa em nome de Rogério Pinheiro de Brito. O documento teria sido entregue por Tomas para que Hugo fizesse a prova no lugar de Rogério, recebendo R$ 4 mil.
Um dos intermediários no recrutamento de candidatos interessados em participar da fraude também foi preso pela polícia. É o estudante do curso de Agronomia da Ufam, Leandro Eduardo Vilaça Prado, conhecido como Calango.
Pelas investigações, Prado negociou com Rafael Brito Campos para repassar o gabarito de respostas da prova. Rafael Brito, que também foi indiciado por participação no crime, teria desembolsado R$ 3 mil para receber as respostas.
Rafael não teve acesso ao seu telefone na hora da prova por orientação dos fiscais e foi retirado da sala antes do início das provas.
Outra indiciada por participação na tentativa de fraude é a estudante Flávia Silva Parari, que receberia respostas das questões da prova. Ela teve o aparelho de telefone celular recolhido por fiscais do Vestibular e foi retirada da sala pela polícia.
O caso foi encaminhado à Justiça. O professor está preso da Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, Centro. Segundo Thomas Vasconcellos, o professor afirmou que realizou o mesmo esquema em outros concursos estaduais.
Fonte: emtempo.online