Judiciário do AM negocia liberação de adolescente sequestrado

Inquérito está sendo conduzido pela Polícia Civil do Acre, de forma sigilosa, para não atrapalhar as investigações. Foto: Divulgação TJ/AM

Audiência de custódia realizada na Comarca de Manaus, no último sábado (01), resultou na libertação de um adolescente brasileiro de 17 anos que havia sido sequestrado no município de Plácido de Castro, no Acre, e estava em cativeiro na Bolívia.

A audiência foi realizada pelo juiz de direito André Luiz Muquy, quando a Polícia Civil do Amazonas, em colaboração com a Polícia do Acre, prendeu em Manaus um dos investigados no crime e o apresentou à Justiça, na tarde de sábado.

Durante o procedimento, foram obtidas informações sobre a atuação dos envolvidos no sequestro, no mínimo seis pessoas, que estariam ligadas a uma facção criminosa. Segundo fontes, a região tem sido alvo de sequestros para extorsão.

Após a audiência, o investigado teve sua prisão decretada por decisão do magistrado, por entender conveniente às investigações.
Contudo, verificou no inquérito que o adolescente permanecia em cativeiro. O magistrado voltou a inquirir o suspeito e, de acordo com o magistrado, depois de muita resistência, os sequestradores enviaram do cativeiro um vídeo em que o adolescente dizia estar bem.

Ele foi largado em uma estrada ainda no sábado à noite e, no domingo, ao chegar a uma propriedade, teria relatado a situação e sido trazido de volta ao Brasil, pela Polícia do Acre.

“Naquele momento não bastava seguir apenas a lei. Dei minha palavra ao custodiado que sua cooperação só poderia lhe trazer benefícios no processo judicial; mais confiante, este passou a realizar ligações para pessoas que, em tese, estariam com o adolescente. Foram dois dias de negociação, sendo um trabalho conjunto em que servidores, Polícias Civil e Militar, Defensoria e Ministério Público se solidarizaram com a angústia daquela família. O mais gratificante foi perceber essa humanidade nos representantes dos órgãos públicos, que não mediram esforços e tempo para a soltura da vítima. Inclusive da própria Presidência do Tribunal, que permitiu que eu estendesse meu plantão para não romper o diálogo iniciado com os suspeitos”, relata o juiz André Muquy.

Com informações do TJ-AM