Durante coletiva online realizada na última quinta-feira (19), a diretora-presidente da Fundação de Vigilância Sanitária (FVS), Rosemary da Costa Pinto, esclareceu que o medicamento com hidroxocloroquina e cloroquina, usado no tratamento da malária, não é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e nem pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento de pessoas infectadas com o novo coronavírus.
Ao longo da semana, diversos veículos do mundo divulgaram uma pesquisa internacional que apontava o medicamento como eficaz no combate ao Covid-19, levando, inclusive, líderes mundiais a pedir agilidade na conclusão e liberação do medicamento.
A diretora explicou que há pesquisas em andamento com um grupo de medicamentos, incluindo os que possuem hidroxicloroquina e cloroquina, mas que os resultados ainda não são conclusivos.
“Vários estudos estão apontando para essa possibilidade, mas como o próprio presidente dos Estados Unidos disse, trata-se de estudos, de pesquisas e ainda não temos protocolo de tratamento por parte da Organização Mundial de Saúde (OMS)”.
A diretora reforçou que o medicamento é dispensado gratuitamente na rede pública, exclusivamente para o tratamento de malária, e alertou para o uso indiscriminado.
“O estoque de cloroquina que temos no Estado é destinado para os pacientes de malária, devendo ser usado de acordo com a prescrição médica, para evitar o desenvolvimento de resistência. Se começarmos a usá-lo de maneira indiscriminada, certamente nós corremos o risco de perder esse importante medicamento para o controle da malária”, declarou Rosemary.
Esclarecimentos da Anvisa
A Anvisa emitiu nota afirmando que a hidroxicloroquina e a cloroquina são registradas para o tratamento da artrite, lúpus eritematoso, doenças fotossensíveis e malária, e que, apesar dos primeiros resultados das pesquisas serem promissores para o novo coronavírus, não existem estudos conclusivos que comprovem o uso desses medicamentos para o tratamento da Covid-19.
Portanto, a Anvisa, no momento, não recomenda a utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus. O órgão finaliza a nota alertando que a automedicação pode representar um grave risco à saúde.