Pesquisadores e institutos de C&T do Médio Solimões apostam na Rede RHISA para sair da invisibilidade

Professores, pesquisadores dos Institutos de Ciência e Tecnologia instalados nos municípios de Coari e Tefé, além dos representantes de organizações e entidades de classe estão confiantes nos resultados de mobilização que a plataforma da Rede de Recursos Humanos e Inteligência para a Sustentabilidade da Amazônia – Rede RHISA, irão proporcionar para a região do Médio Solimões.

A expectativa se deu com o lançamento da Rede, realizado nesta semana, quando as comunidades científicas das duas cidades foram convidadas a conhecer e aderir à plataforma.

A Rede RHISA é uma iniciativa do Instituto Acariquara com o apoio do Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a qual tem o objetivo de promover uma conexão com mais de 40 mil pesquisadores e entidades por meio do uso de uma plataforma voltada à divulgação e à promoção de projetos e soluções no campo da ciência e da tecnologia em prol do desenvolvimento sustentável da Amazônia.

“Estamos muito felizes com o resultado dessa mobilização. Estamos engajando atores importantes desse processo e com isso, estamos conseguindo alcançar a proposta da rede que é a gente fortalecer tanto a ciência, a partir das demandas da sociedade civil e fortalecer a sociedade civil pelo potencial que a ciência tem de resolver os problemas e encaminhar as demandas que nós temos aqui, principalmente na bioeconomia da sociobiodiversidade”, afirmou a secretária executiva de Ciência, Tecnologia e Inovação da Sedecti, Tatiana Schor, que também atua na coordenação da Rede RHISA.

Para o diretor-geral do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, João Valsecchi do Amaral, a proposta de conectar diversos atores e ambientes é o grande diferencial da Rede RHISA. “Muitas ferramentas existentes hoje, estão mais focadas ou só no ambiente acadêmico, empresarial ou profissional e a rede vai permitir conectar todo mundo, inclusive as associações de base que é onde de fato a gente precisa investir”, observou o diretor.
O trabalho de engajamento da Rede RHISA começou pela região do Alto Rio Negro ainda no mês de julho, quando a coordenação lançou e apresentou a plataforma no município de São Gabriel da Cachoeira para lideranças indígenas, diretores de instituições, coordenadores e líderes de projetos.

A programação no Médio Solimões teve um peso maior pelo potencial efetivo que as instituições de ensino e pesquisa possuem na localidade, bem como pelos projetos de sustentabilidade já consolidados na região como o manejo do Pirarucu e a cadeia produtiva da castanha da Amazônia.

“Tefé é um hub logístico, concentra um grupo muito mais ampliado de atores sociais que é justamente o que a Rede RHISA precisa para se tornar conhecida. Estamos muito otimistas com essa mobilização porque está inclusive contribuindo com inovações para a Rede”, destacou o coordenador técnico da Rhisa e ponto focal da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN Amazônia) na Ufam, professor Henrique Pereira.

Após conhecer o funcionamento da plataforma da Rede RHISA, a professora do Centro de Estudos Superiores da UEA em Tefé, Cristiane da Silveira, classificou a ferramenta como inovadora. “O interior é muito carente. Temos que desmistificar essa ideia de que o interior não se produz ciência então, acho que com essas ações poderemos fazer com que o nosso trabalho chegue mais longe. Muitas vezes falta recursos para a pesquisa, orientação pra desenvolver a pesquisa, então acredito que essa conexão vai ajudar muito”, declarou a educadora.

Professor e pesquisador do Instituto Federal do Amazonas (Ifam) na área de Sociologia, Ricardo Santana, está confiante de que com a Rede RHISA será possível estabelecer uma melhor comunicação a respeito dos projetos.

“Às vezes estamos na mesma cidade, no mesmo território e não conhecemos o trabalho que cada pesquisador desenvolve e essa ação vem nesse intuito de fortalecer as relações e conectar todos os atores”, disse ele.

A nova coordenadora da qualidade do CEST/UEA, Eubia Andrea Rodrigues, declarou que brevemente fará a adesão à plataforma e disse estar confiante nos resultados, uma vez que enxergou na Rede RHISA a possibilidade de estreitar as relações com instituições públicas e particulares.

Em Coari, o coordenador acadêmico do Instituto de Saúde e Biotecnologia da Ufam, Adriano Pereira, acredita que com a plataforma será possível mudar o cenário de subutilização do capital humano das áreas de ciência, tecnologia e inovação.

“Eu acho essa iniciativa muito boa e acredito que a gente vai conseguir caminhar muito mais com as parcerias que esta rede tem estabelecido”, afirmou.

Nas ações de engajamento da Rede Rhisa no interior, a coordenação do projeto tem contado com o apoio substancial das universidades públicas e as unidades da UEA e da Ufam têm funcionado como pontos de encontro das mobilizações.

Além de São Gabriel da Cachoeira, Tefé e Coari, até o final do ano, as mobilizações do Instituto Acariquara vão ocorrer também nas cidades de Tabatinga, Lábrea, Humaitá, Parintins, Barreirinha, Nhamundá, Itacoatiara, Itapiranga e Silves.

Para fazer parte da Plataforma da Rede Rhisa, os interessados devem acessar o site www.rhisa.org e cadastrar o e-mail.

*Com informações da assessoria/Foto: Divulgação/Instituto Acariquara