O governador do Amazonas, Omar Aziz, recebeu na tarde desta terça-feira, 15 de maio, o vice-presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Defesa, Celso Amorim. Eles vieram a Manaus acompanhados dos comandantes da Marinha, Almirante de Esquadra Julio Soares de Moura Neto; do Exército, general Enzo Martins Peri; e da Aeronáutica, brigadeiro do Ar Juniti Saito, que apresentaram o plano das Forças Armadas nas ações emergenciais de enfrentamento à cheia no Estado e as ações da Operação Ágata de proteção das fronteiras na Amazônia.
Omar Aziz ressaltou a importância das Forças Armadas na Região, tanto em relação à defesa, quanto nas situações de emergência. “O Exército, a Marinha e a Aeronáutica têm sido nossos parceiros, em diversas ações. Foi assim no combate à dengue, na grande cheia de 2009 e agora também”, reconheceu.
As Forças Armadas estão atuando em parceria com o Governo do Estado em vários municípios e na capital na assistência às populações ribeirinhas e de regiões alagadas. O Exército tem 200 homens envolvidos diretamente na capital no cadastramento de famílias afetadas, na construção de marombas e pontes, na distribuição de cestas básicas e limpeza de igarapés. No interior, a Marinha atua com barcos hospitais no atendimento médico aos ribeirinhos, enquanto a Aeronáutica está, desde fevereiro, levando medicamento e cestas básicas a municípios do Acre e da fronteira com o Amazonas que foram afetados pelas enchentes dos rios. As atividades estão inseridas no contexto da Operação Ágata.
Em reunião no Comando Militar da Amazônia (CMA), que foi transmitida via videoconferência para todas as unidades da Operação Ágata na região, Temer reafirmou o compromisso da presidenta Dilma Rousseff em ajudar o Governo do Amazonas no apoio direto às populações que sofrem com uma das maiores cheias de todos os tempos no Estado. Ele disse que será porta-voz das angústias do governador Omar Aziz em relação à liberação de recursos federais, além de comprometer-se em antecipar as medidas em relação ao período da seca, quando os problemas de saúde dos ribeirinhos costumam se agravar. Após a reunião, o vice-presidente e o ministro sobrevoaram de helicóptero algumas áreas alagadas.
Chega a 49 o número de municípios em situação de emergência
A quantidade de municípios em situação de emergência por causa da cheia continua aumentando no Amazonas. De acordo com o relatório divulgado nesta terça-feira (15) pelo Subcomando de Ações de Defesa Civil do Estado (Subcomadec), já são aproximadamente 76 mil famílias afetadas e 49 cidades com decreto de emergência por conta dos prejuízos e isolamento, o equivalente a 79% dos municípios amazonenses.
As últimas cidades a decretarem emergência foram Maués, Codajás, Boa Vista do Ramos e Uarini, conforme a Defesa Civil. As cidades serão incluídas na programação de distribuição de ajuda humanitária, o que abrange um total de 17 municípios. Os mantimentos deverão ser encaminhados nas próximas semanas também para Borba, Tapauá, Manaquiri, Urucará, Careiro Castanho, Fonte Boa, Alvarães, Parintins, Rio Preto da Eva, São Sebastião do Uatumã, Tefé, Jutaí e Japurá.
Desde o início da distribuição da ajuda humanitária, o Governo do Estado, por meio da Defesa Civil, já entregou mais de 130 toneladas com cestas básicas, kits de higiene pessoal e limpeza, medicamentos, filtros microbiológicos e hipoclorito de sódio, beneficiando 32 municípios.
Com o cartão Amazonas Solidário, que concede um benefício no valor de R$ 400 para as famílias em vulnerabilidade social atingidas pela cheia, o Governo do Estado já alcançou 31,7 mil famílias em 24 municípios. A meta, segundo o governador, é chegar a 70 mil.
Em março, o Governo aportou um montante de R$ 850 mil em recursos para os municípios da calha do Juruá destinado a aquisição de estoque de mais de 40 tipos de medicamentos da atenção básica para distribuição gratuita e compra de combustível para utilização nas ações de remoção das famílias das áreas atingidas pela cheia.
Em Manaus, o Governo do Estado está realizando uma operação emergencial para atender os bairros do Educandos, Matinha, São Raimundo, Bariri, Raiz, Betânia, Presidente Vargas, Glória, Centro, Aparecida e Comunidade da Sharp com a limpeza dos igarapés, retirada de lixo de áreas alagadas, construção de passarelas, pontes de acesso, distribuição de kits de madeira para a construção de marombas, entrega de cestas básicas e filtros de água.
Com o trabalho, foram investidos R$ 44 mil com a construção de 21 passarelas, distribuição de 726 kits de madeira para a construção de marombas, o equivalente a 1.300 metros quadrados. Ainda na capital, o Governo instalou três bombas d’água no Centro, na área da Manaus Moderna. Os equipamentos estão realizando o bombeamento das águas represadas e poluídas provenientes do esgoto doméstico e comercial do centro da cidade e que estão represadas nesta área. As bombas têm a capacidade de fazer o fluxo reverso forçado com a água do Rio Negro de até 60 km/h, o equivalente a 60 mil litros de água.
Nas águas represadas, a Defesa Civil lançou 10 toneladas de cal (óxido de cálcio) para redução do odor, da proliferação de mosquitos e de doenças por veiculação hídrica. As ações emergenciais contam ainda com reforço de 200 militares do Exército.
Para garantir os atendimentos na área de saúde, o Governo vai instalar hospitais flutuantes em cinco municípios do interior que estão com as unidades de saúde locais isoladas por causa da cheia. O modelo de unidade fluvial de atendimento, já em funcionamento no município de Anamã, deve ser replicado nas próximas semanas para Barreirinha, Caapiranga, Anori e Careiro da Várzea.
Em outra frente nos municípios atingidos pela cheia, a Fundação de Vigilância Sanitária (FVS) trabalha junto às prefeituras municipais um plano para orientar a população sobre medidas para evitar as doenças com risco de transmissão pela água como as gastrointestinais, dermatites, hepatite A, leishmaniose, leptospirose e malária, além da picada de animais peçonhentos. Só para municípios em situação de emergência por causa da cheia, a FVS se prepara para distribuir 50 mil mosquiteiros impregnados e reabasteceu o estoque de soro antiofídico com duas mil novas ampolas, além de distribuição de hipoclorito de sódio para descontaminar água para o consumo humano.
Fonte: AGECOM
Foto: Alex Pazuello