Vila Bastos está localizada a 15 minutos da sede do município de Tefé, tempo percorrido em um motor “rabeta” de 15 HP. Há atualmente 145 moradores ligados por graus de parentesco.
O fundador desta Vila era pescador e suas raízes foram passando de geração pra geração. Hoje tem filhos, netos, noras que sobrevivem da atividade pesqueira onde suas vidas são fundamentadas na cultura tradicional, com seus hábitos e costumes.
A pesca se constitui como a principal fonte de subsistência e de renda para essas famílias, não é preciso ir pra longe pra pescar, há alguns metros da Vila é possível encontrar uma grande quantidade e diversidade de peixes.
Mais a pesca não é uma tarefa simples, é um trabalho duro como qualquer outro, pois enfrentam dificuldades para realiza-lo, como chuva, temporais, banzeiros, sol, e quando vão pescar pra longe em que passam três a quatro dias nos lagos e o trabalho se torna ainda mais exaustivo. Quando retornam, horas com abundância de peixes, horas muitas vezes frustrados por que o peixe coletado e vendido não cobriu as despesas com a viagem e muito menos supriu as necessidades da família naquela semana ou mês.
Mais ao perguntar sobre o trabalho na pesca a resposta é sempre positiva, uma atividade digna, motivo de muito orgulho para eles, é só observarmos no semblante quando falam. Trata-se de pessoas dotadas de conhecimento, técnicas, experiência sobre o meio que estão inseridos, trabalhadores ativos, responsáveis, dedicados a sua profissão.
Os pescadores artesanais desta localidade sobrevivem do seu trabalho diário e grande parte do pescado vai para as mesas da população tefeense, recurso este que contribui muito para a economia do Município de Tefé. Esta atividade é tão importante quanto os demais setores econômicos, mais muita gente desconhecem o modo de vida e de trabalho desses pescadores, ou não dão a devido importância que os mesmos deveriam ter.
Há uma população muito grande desses profissionais no município de Tefé, não somente a Vila Bastos mais em todas as comunidades de pescadores artesanais merecem uma atenção especial dos órgão públicos com criação de políticas públicas que incentive e valorize esses profissionais, que estimulem o desenvolvimento social e econômico da região assim como na melhoria das condições de vida e trabalho desses pescadores que lutam incansavelmente para garantir sua reprodução social.
Gleiciane Souza/geografia-Cest/UEA Fotos: Elisângela