Advogada acusa investigador do 5° DIP/Tefé de agressão

 

A advogada Jessika Tays Martins afirma ter sido agredida no exercício de sua profissão, pelo investigador Norton Carvalho, no interior do 5º DIP,no último sábado (19), em Tefé(Am).

Ao Portal TeféNews, Jessika relatou que foi agredida física e verbalmente pelo investigador, enquanto acompanhava um cliente. “Ao me aproximar do carro ele[investigador] gritou comigo dizendo “doutora entre, e aguarde lá dentro”. Quando entrei para conversar com meu cliente, ele gritou dizendo “a senhora vai aguardar lá fora por que estou fazendo minhas diligências”. As agressões físicas teriam sido iniciadas após a recusa da advogada em sair do local, ela afirma que usando palavras de baixo calão, o investigador torceu seu braço e saiu a empurrando em direção a área externa da delegacia, a ponto de quase bater seu rosto no vidro da porta. A advogada disse ainda que após as agressões, enquanto aguardava atendimento ao lado de outro investigador, o autor das agressões seguiu com as ofensas dizendo “seu lugar para esperar não é aqui não, é no xadrez!”, finalizou.

 

As agressões causaram hematomas em regiões do braço e ombro direito da advogada, segundo exame de corpo de delito.  A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Tefé e OAB/Amazonas, informou já está acompanhando o caso e tomará providências.

 

Investigador nega agressão e afirma que a advogada forjou os hematomas

Procurado pela reportagem do TeféNews, o investigador Norton Carvalho  disse que tudo aconteceu durante a operação de cumprimento de mandados de busca e apreensão do narcotraficante Jansem Keinnes Castro Cabral, vulgo Quequê, ocorrido na tarde de sábado, cliente da advogada.

De acordo com o investigador, além de vários objetos e dinheiro, foi apreendido na casa do acusado, um veículo Saveiro, que por motivo de baixo efetivo policial, não foi revistado no local, sendo levado para a delegacia para ser feita a revista.

Na delegacia enquanto era descarregado o material apreendido, o investigador flagrou a advogada no interior do veículo apreendido, mexendo nos objetos. Ao ser indagado pelo investigador, sobre o que estaria fazendo dentro do veículo, a advogada disse que tinha prerrogativas para acompanhar e saber tudo o que foi apreendido. O investigador teria informado que o veículo não tinha sido revistado, e que ainda estavam em diligência, e que posteriormente seria feito um auto de apreensão e que a ela deveria deixar o veículo. Norton Carvalho declarou que estranhou o fato de repentinamente, aparecer dentro do veículo uma pochete, contendo a CNH do narcotraficante e  uma munição calibre 32. O investigador afirma que acredita que dentro dessa pochete haveria uma arma, que foi retirada, livrando o acusado do flagrante por porte de arma de fogo.

Após esse fato, segundo o investigador, a advogada passou a criar tumulto na ante cela, mesmo o preso não tendo sido apresentado formalmente, acusando os policiais de terem torturado o seu cliente. Norton Carvalho informou que nesse momento o preso passava por uma revista minuciosa, em um local que não é aberto ao público. Ele solicitou que a advogada saísse da sala, por se tratar de um procedimento constrangedor. Ele afirma que a advogada se negou a sair em tom “desequilibrado” colocando o dedo em riste, se exaltou. “Segurei a mão dela e a conduzi a área de livre acesso ao público da delegacia. Ela não precisava acompanhar esse procedimento, pois o flagrante ainda não tinha sido iniciado” disse. O investigador declarou ainda que observou a advogada pressionando uma região do braço para evidenciar uma lesão corporal. Afirmou que lamenta o fato e respeita o exercício da profissão, e que o advogado exerce um papel de extrema importância no processo policial, mas a conduta da advogada em questão foi incompatível com o exercício da profissão.

Fotos: Divulgação