Em audiência no Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE -AM), nessa quarta-feira (25), o vice-governador José Melo (sem partido) descreveu o PMDB estadual como uma dinastia, onde só a vontade do senador Eduardo Braga – presidente da sigla – prevalece. Conforme Melo, fazem parte da direção do partido a esposa, filha, sobrinhos e fiéis amigos de Braga e que, por esse motivo, ele não tinha chance de emplacar a candidatura ao governo do Estado, projeto que almeja para 2014.
As declarações de José Melo foram feitas diante do procurador eleitoral Ageu Florêncio e do juiz federal Ricardo Sales, membro do TRE-AM e relator da ação de desfiliação por justa causa, movida pelo vice-governador contra o PMDB. Durante a audiência foram ouvidas três testemunhas de Melo e três do PMDB. A sessão durou três horas. Até sexta-feira (27), os advogados das duas partes poderão apresentar as alegações finais ao processo. A partir de então, o Ministério Público Eleitoral tem 24 horas para emitir parecer sobre o caso.
Durante a audiência, o vice-governador José Melo argumentou que decidiu deixar o PMDB porque, segundo ele, foi desprezado dentro da legenda. O vice-governador sustentou que foi privado de participar das mídias impressa, eletrônica e televisiva do partido, durante os quatro anos que permaneceu no partido. Ele ainda afirmou que Braga o tratou “com a arrogância que lhe é peculiar”.