Sete adolescentes pertencentes à etnia Madija Kulina foram apreendidos pela 70ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), do município de Juruá (674 quilômetros de distância de Manaus), suspeitos de cometerem homicídio contra o professor Joressi Madjar Kulina, 44, da mesma etnia, na margem de um rio , nos arredores da cidade.
De acordo com o delegado titular do município, Daniel Trindade, os adolescentes apreendidos tem idades entre 13, 14, e 17 anos, além de uma criança de apenas 7 anos, que também desferiu golpes na vítima. A apreensão foi executada com apoio de Policiais Militares lotados no município.
Conforme as investigações, o crime teria ocorrido nas proximidades de um campo de futebol, onde os adolescentes residem, na margem do Rio Juruá. O professor retornava para casa, vindo de um curso de capacitação na cidade de Juruá, onde lecionava para os próprios jovens, na terra indígena “Lago do Ualá”, na escola, denominada na língua nativa de “DsoDso Riride”. A aldeia fica a 14 horas de distância da sede do município, via fluvial.
Segundo o delegado, ao passar pelo local onde os adolescentes e o menino estavam, o professor percebeu que o grupo estava consumindo bebida alcoólica. “Ele se indignou com a atitude e os repeliu, quebrando uma das garrafas de bebida e a jogando fora. Os jovens se irritaram com o gesto do professor e o arrastaram para a margem do rio, onde o golpearam com várias facadas”, informou o delegado.
Depois de cometer o homicídio, os menores despiram a vítima e jogaram o corpo no rio. A polícia chegou até o grupo após a denúncia feita pela avó de um dos menores, pois, segundo ela, o adolescente chegou em casa e contou o que aconteceu. A partir daí, os outros garotos também foram apreendidos, e levaram os policiais ao local do homicídio.
Os adolescentes estão apreendidos na unidade policial do município de Juruá à disposição do Ministério Público. O menino de 7 anos prestou esclarecimentos, foi liberado e está sob a custódia dos pais.
O delegado Daniel Trindade informou ainda que fez a comunicação da apreensão dos menores à Justiça, já pediu ao Poder Judiciário a internação dos envolvidos e aguarda o posicionamento dos órgãos competentes.
Com informações da assessoria.