Um novo olhar do poder público sobre as zonas norte e leste – Por Marcellus Campêlo

Foto: Divulgação

Com os investimentos que vêm sendo feitos pelo Governo do Amazonas, na atual gestão, vamos ter, nos próximos anos, uma mudança significativa de cenário nas zonas norte e leste, as mais populosas e mais carentes de infraestrutura em Manaus.

As duas zonas juntas representam quase metade da população da capital amazonense. Entretanto, as obras nessas áreas, principalmente as de mobilidade urbana, não acompanharam o crescimento exponencial do número de moradores, ao longo dos anos, o que vem mudando a partir de um novo olhar do poder público.

Para se ter uma ideia, somente neste início de ano, foram anunciadas, por Governo e Prefeitura, obras importantes que serão realizadas nessas duas zonas da cidade, já com as assinaturas das ordens de serviço sacramentadas, todas elas com convênios firmados via Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE).

Uma delas é a construção do Parque Gigantes da Floresta, na divisão entre as duas zonas, com investimentos no valor de R$ 51,7 milhões, para construção de espaço de lazer e mais um conjunto habitacional com 180 unidades e um Centro de Atendimento Psicossocial (Caps) que funcionarão no local.

Tem também a construção do Viaduto Rei Pelé, que vai interligar as avenidas Autaz Mirim, Itaúba e Camapuã, ajudando a desafogar o trânsito naquela área da cidade. E, ainda, a implantação do Complexo Viário Prefeito José Fernandes, no Parque das Laranjeiras, zona centro-sul, com impacto direto na redução dos congestionamentos na Avenida das Torres, na região norte.

São obras diversas de mobilidade urbana que chegarão a essas duas regiões de Manaus, com abertura de novas vias, investimentos em saneamento básico e habitação, além da implantação de serviços e de áreas de lazer, com abertura de parques e passeios públicos. Os recursos que estão sendo aplicados permitirão reduzir as distâncias econômicas e sociais que separam essas duas regiões mais populosas da cidade, das demais, concentradas na zonas sul, centro-sul e centro-oeste.

O conjunto de obras recém-lançadas pelo Governo do Amazonas soma R$ 720 milhões. Quando agregado a outras já em execução pelo estado, como os anéis viários Sul e Leste, o investimento ultrapassa a casa de R$ 1 bilhão.

Essas obras significam um novo indutor de desenvolvimento para as zonas norte e leste e cumprem a intenção manifestada pelo governador Wilson Lima, logo ao assumir a administração estadual, em 2019, de realizar pesados investimentos nessa área da cidade, por muitos anos negligenciada.

Uma das primeiras ações nesse sentido foi a decisão do governador de levar, pela primeira vez para a zona leste, as obras do Programa Social e Ambiental de Manaus e Interior (Prosamin+), já em execução. Os projetos, as tratativas com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), órgão financiador, iniciaram em 2020, seguindo toda a tramitação necessária para que pudesse iniciar.

As obras do Prosamin+ seguem o curso do Igarapé do Quarenta, desde o Japiim, na comunidade Manaus 2000, zona sul, até a Comunidade da Sharp, no bairro Armando Mendes, zona leste. O investimento é de R$ 542 milhões e serão reassentadas 2.580 famílias que vivem em áreas insalubres, sob risco de alagação.

As áreas degradas e ocupadas de forma irregular darão lugar a moradias seguras. Serão construídos 81 blocos habitacionais, num total de 11 quadras e 752 apartamentos. Serão abertos 48 quilômetros de rede de esgoto, com sete elevatórias, uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), além da ampliação da cobertura dos serviços de água potável, implantação de 34 quilômetros de rede de drenagem, com 20 quilômetros de áreas de igarapés beneficiadas com drenagem urbana. O projeto contempla, também, a construção de parques, praças, ciclovias, feira coberta, quiosques para comercio, espaços comunitários e de serviços.

Todas essas obras listadas aqui, com certeza, vão impactar na valorização imobiliária e na economia dessas duas regiões de Manaus. Com isso, irão promover, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida dos moradores, com o acesso à infraestrutura, novos serviços e equipamentos de lazer, e com a recuperação e abertura de vias, imprescindíveis para a mobilidade urbana em uma cidade do porte de Manaus.

Em pouco tempo, tenho certeza, as zonas norte e leste vão ganhar também um novo olhar da população, pelo que passarão a oferecer e proporcionar aos moradores e visitantes.

Marcellus Campêlo é engenheiro civil, especialista em saneamento básico; exerce, atualmente, o cargo de coordenador executivo da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE) do Governo do Amazonas.