Depoimento de uma das vítimas do assalto do Barco Fênix

“O drama começou por volta das 22:00 de domingo, quando a maior parte dos passageiros já estava deitada ou dormindo. Tudo começou no terceiro convés do
barco, quando dois homens armados anunciaram o assalto e ordenaram que todos os passageiros e tripulantes descessem para o primeiro convés. Passando pelo
segundo convés eles começaram a atirar para fora do barco, e mandaram que todos descessem. Quando todos estavam no piso de baixo, eles com gritos de ironia,
pediram que as pessoas tirassem toda a roupa e entrassem para um porão do barco. Aqueles que não obedeciam eram machucados com tapas e coronhadas, o que
levou muitas mulheres e crianças ao desespero. Durante três horas ficamos presos no porão, sem qualquer reação e apelo. No porão muitos passavam mal,
por falta de ar e  medo de morrer asfixiado. Somente por volta de 01:00 de segunda-feira  eles desocuparam a embarcação, deixando-nos no escuro e com o barco
encalhado em um Paraná estreito, saindo em silêncio e levando dinheiro, jóias, celulares, notebooks, uma lancha com um motor 40 Yamaha do proprietário do barco e outros bens. Pela manhã por volta das 6 horas chegou a Policia Militar de Manacapuru e mandaram que a embarcação atracasse no porto da cidade. Foi quando foi possível ver o estrago total nas dependências da embarcação e o prejuízo dos passageiros.

Jarbes Torres, Professor e estudante universitário