Professora Ana Mota é homenageada em missa de 7º dia

Amigos e familiares participaram ontem sexta-feira (30) da missa de sétimo dia de falecimento da educadora Ana Maria da Silva Mota (57), que faleceu no sábado (24) vítima de um ataque cardíaco. A cerimônia aconteceu na igreja de São Francisco às 19:30, no bairro de mesmo nome e onde a professora residia. Segundo informações de familiares, na manhã da véspera de natal, Ana desmaiou em sua casa, sendo socorrida por vizinhos e familiares que acionaram o serviço de emergência. A educadora foi levada consciente para o Hospital Regional de Tefé, onde deu entrada às 09:15. Diabética e hipertensa, no hospital o seu estado de saúde piorou levando-a a óbito, por volta das 10:00. A morte da professora Ana Mota pegou de surpresa amigos e familiares que através das redes sociais ressaltaram o trabalho, o companheirismo e a dedicação da educadora. Em nota divulgada na internet o educador popular Francisco Aginaldo Queiroz Silva destacou a luta da companheira em prol das causas populares: “Ana Mota encerra seu ciclo de contribuição no contexto da educação social, popular e formal dando um exemplo de dedicação, respeito, doação e muito trabalho. Seu exemplo demonstra sua fibra na defesa dos povos e comunidades tradicionais e da conservação do meio ambiente”.

 O advogado e ex-deputado Abel Alves em nota lamentou a perda de Ana Mota, a qual atribuiu o título de “verdadeira guerreira”, estendendo votos de pesar aos familiares, discípulos e amigos.

A presidente do diretório municipal do Partido dos trabalhadores (PT) em Tefé, Francinilce Maria, através de nota em redes sociais, disse que a educadora não mediu esforços para exercer a sua cidadania, e que seu exemplo deve nos impulsionar em prol de uma sociedade justa e igualitária. A professora Ana Mota foi uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores em Tefé.

Além de fundadora do PT, fundou também a Rede GTA (Grupo de Trabalho Amazônico) Regional Tefé e o Instituto Encontro das Águas da Amazônia (IEAM) dos quais era filiada/associada e era uma das articuladoras do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Ribeirinhas (MMTR-AM) na região de Tefé. Foi Assistente Pedagógica, Coordenadora Regional e Coordenadora do Movimento de Educação de Base (MEB) /Departamento Tefé/Prelazia de Tefé; atuou como Comunicadora na Rádio Educação Rural de Tefé (RERT/Prelazia de Tefé).

Uma vida dedicada a Educação e aos Comunitários

Ana Mota dedicou sua vida a educação popular e formal. Colaborou intensamente com a educação radiofônica, via a Rádio Educação Rural de Tefé, na região do Médio Solimões e Afluentes. Esteve presente em todos os processos de organização social das comunidades ribeirinhas, incluindo a capacitação de lideranças e a criação de associações. Colaborou com o processo de preservação de lagos, tendo seu foco centralizado no assessoramento ao Grupo de Preservação e Desenvolvimento (GPD); apoio a formação dos Agentes Ambientais Voluntários (AAV) e a conservação do meio ambiente, especialmente com a proposta de criação das Reservas Extrativistas (RESEX).  

A frente da Rede GTA/Regional Tefé liderou diversas delegações de lideranças da região de Tefé nós diversos eventos amazônicos organizados pela Rede GTA e por parceiros desta, assim como em eventos organizados pelos governos federal e estadual, tendo como destaque as assembléias nacionais da Rede GTA, II Encontro Nacional dos Povos da Floresta; III Conferência de Povos e Comunidades Tradicionais do Estado do Amazonas, Pan-Amazônicos, em Belém e Manaus e Fóruns Mundiais, na Venezuela e Belém, entre outros.  

Nos últimos anos, Ana Mota vinha se dedicando a educação formal, como professora da rede pública estadual e municipal, atuando na sua área de formação superior – História, mas colaborando com a formação de lideranças de base na região de Tefé, apoiando a atual Coordenação Executiva da Rede GTA/Regional Tefé. Em âmbito de Estado do Amazonas, sua última contribuição foi no I Encontro de Mulheres da Floresta, realizado pela SEAFE/SDS, no mês de junho de 2011, em Manaus-AM.

Ana em oficina no Grupo de Trabalho Amazônico

 

Com os companheiros participando de oficina