A copaíba e a andiroba são velhos conhecidos de muitos povos na Amazônia, valiosos aliados para fins de saúde, higiene e beleza. Agora, matérias-primas da floresta como essas estão conquistando um público maior pelo mundo, em vários formatos e embalagens: sabonetes, pomadas, velas e o óleo puro extraído das plantas são alguns exemplos. Boa notícia para artesãos locais, que encontram na manufatura de produtos naturais uma opção para gerar renda. Com foco nessa vertente, o Instituto Mamirauá realizou o intercâmbio “Saberes amazônicos: andiroba”, em outubro, no estado do Amapá.
A Associação Bom Sucesso recebeu a visita de artesãs vindas do Amazonas, acompanhadas da equipe técnica do Instituto Mamirauá. O intercâmbio aconteceu entre os últimos dias 20 e 21 na Floresta Nacional (Flona) do Amapá. A Flona é uma unidade de conservação de uso sustentável com mais de 450 hectares, onde moram famílias ribeirinhas, entre três municípios amapaenses.
A sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é ponto de encontro da associação e foi o centro das atividades durante os dois dias de intercâmbio.
As artesãs do Amazonas puderam acompanhar como é feito o beneficiamento dos produtos da floresta e também como funciona a organização da Associação Bom Sucesso. Formada por artesãos e artesãs da Flona Amapá, a associação trabalha com recursos naturais, como o pracaxi e o gergelim preto, e transforma em itens prontos pra consumo de estética e medicina popular.
Uma inspiração para quem está começando a aprender o ofício, como a jovem Raquel Gomes, da comunidade Batalha de Baixo, na Reserva Mamirauá, Amazonas. “Eu achei legal, aprendi várias coisas sobre o óleo da andiroba, como se faz o sabonete. O que eu aprendi aqui com certeza eu vou levar pra minha comunidade. Achei muito organizado, bem dividido”.
“Foram dias de vivência importantes por conta da troca de experiências”, ressalta a técnica do Programa de Manejo Florestal Comunitário do Instituto Mamirauá, Emanuelle Pinto . “Foi muito bonito, um abrir de olhos, visitar outra comunidade com um pouco da realidade dessas participantes e como é bom ver um projeto que já está avançado porque elas podem enxergar nesse projeto uma possibilidade de futuro. Através do envolvimento, do associativismo conseguimos alcançar o que planejamos”.
O intercâmbio “Saberes amazônicos: andiroba” integra o projeto “Mamirauá: Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade em Unidades de Conservação”, com recursos do Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A ação também foi financiada pela Fundação Gordon and Betty Moore.
Com informações da assessoria/Fotos: Stefany Baia