O Instituto Mamirauá venceu o Prêmio Finep de Inovação 2012, na categoria Tecnologia Social. A cerimônia de premiação nacional aconteceu no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). O prêmio foi entregue pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, à coordenadora do Programa Qualidade de Vida do Instituto Mamirauá, Dávila Corrêa.
O Instituto Mamirauá concorreu pela primeira vez, com o Sistema de Abastecimento de Água que consiste no bombeamento do recurso natural com uso de energia solar fotovoltaica. É utilizado em comunidades ribeirinhas das Reservas Mamirauá e Amanã. Painéis fotovoltaicos são colocados sobre o rio em balsas flutuantes, bombeando a água para um reservatório elevado. O reservatório é conectado a um filtro de areia, para pré-tratamento da água e remoção de sólidos grosseiros. Após a filtração, a água é distribuída por gravidade para a comunidade, com um ponto de fornecimento em cada domicílio.
De acordo com Marcos Cardoso, líder da comunidade São Raimundo do Jarauá, município de Uarini, Reserva Mamirauá, a instalação vai gerar qualidade de vida para os moradores: “agora cada casa possui sua torneira. Não precisaremos mais caminhar para coletar água na seca, cuja distância era de 80 metros, com um desnível de 15. Essa melhoria vai gerar segurança também, já que nossa comunidade tem muito jacaré e não precisaremos mais ficar na beira do rio para fazer nossas atividades domésticas”.
Há diversas melhorias sociais com a instalação do sistema, conforme explicou Otacílio Brito, técnico do Programa Qualidade de Vida: “as melhorias sociais incluem a redução de doenças transmitidas pela água, redução do stress na família com a coleta de água e acidentes de mortes de crianças que vão tomar banho na beira do rio. Mas o mais importante é que as pessoas se sentem valorizadas, pois consideram que ter água encanada em suas residências é uma modernidade”.
Entre 2010 e 2012, cerca de 400 mil reais foram investidos com a instalação de sistemas. Cada sistema custa, em média, cerca de 30 mil reais, e doze comunidades já receberam o benefício. Desde 2000, a tecnologia é desenvolvida pelo Instituto Mamirauá e Sociedade Civil Mamirauá, com o apoio de várias instituições de financiamento e de pesquisa. Nos últimos dois anos, teve suporte do Programa Energias Limpas, liderado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Energias Renováveis (Ider), com financiamento da USAID/Brasil.
Fonte: Assessoria
Foto: Rafael Forte