O governador José Melo inaugurou nesta quinta-feira (6) o primeiro Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) do Amazonas. A nova estrutura traz avanços no combate ao crime dando celeridade nas investigações. Coordenado pela Secretaria-Executiva-Adjunta de Inteligência (Seai), da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), o laboratório vai auxiliar as ações desencadeadas pelos Ministérios Públicos do Estado e Federal e pelas Polícias Civil e Federal.
A solenidade de lançamento aconteceu no Centro de Convenções do Amazonas Vasco Vasques (CCA), na zona Centro-sul de Manaus, durante o 8º Encontro de Gestores da Rede Nacional de Laboratórios contra Lavagem de Dinheiro (RedeLAB), que acontece até o próximo sábado (8). Com o laboratório, o Amazonas ataca o braço financeiro da criminalidade tendo acesso facilitado às declarações fiscais na Receita Federal e a gestão dos dados fornecidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
“Isso é um auxílio importante ao sistema de segurança pública, ajudando a combater o tráfico de drogas e a corrupção. Vai combater a criminalidade e juntar provas para embasar as ações judiciais e ajudar nas condenações”, afirmou Melo, destacando os investimentos realizados pelo Governo do Estado para reforçar a segurança pública nos últimos anos.
Investimentos
Com investimentos de R$ 4 milhões, feitos pelo Ministério da Justiça e Governo do Amazonas, foram adquiridos equipamentos e softwares que agilizam a análise das informações de movimentações bancárias e dados fiscais nos casos suspeitos de lavagem de dinheiro. O laboratório vai funcionar dentro da Seai atuando a partir de pedidos dos ministérios públicos e polícias e, também, a partir de investigações desencadeadas pelo setor de inteligência da segurança pública amazonense. Casos de lavagem de dinheiro investigados pela Polícia Federal, que hoje são destinados ao laboratório em Brasília (DF), poderão ser feitos no Amazonas.
Segundo a secretária-adjunta interina da Seai, Tâmera Maciel, a coleta de informações será fundamental para a recuperação de ativos ilícitos, além das prisões de criminosos e apreensão de material suspeito. “Antes havia maior dificuldade nas investigações porque a análise dos dados bancários era feita manualmente, o que era muito demorado pela grande quantidade de papeis que você tinha de analisar. Agora temos softwares, hardwares e aplicativos que dão precisão na busca de informações”, explicou Tâmera Maciel.
Os agentes da Seai que vão trabalhar no laboratório passaram por treinamentos por um ano em Brasília. De acordo com o coordenador nacional da Rede LAB, Roberto Zaina, desde 2007, mais de R$ 42,6 milhões foram investidos pelo Ministério da Justiça para a equipagem dos laboratórios no país dedicado às investigações de lavagem de dinheiro. Mais de 2 mil casos foram investigados no período, permitindo a prisão de criminosos e a recuperação de verba. “Novos laboratórios serão instalados no país e estamos em negociação com a Bolívia”, disse.
A Rede LAB é coordenada pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da Secretaria Nacional de Justiça (DRCI/SNJ). Para participar da rede, a SSP/Seai passa a integrar também o Sistema de Movimentação Bancária (Simba), da Procuradoria-Geral da República, do Ministério Público Federal (MPF) e Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda. “É uma forma de acessar informações de contas bancárias de suspeitos de forma facilitada e respaldada”, disse a secretária-adjunta.
O secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Paulo Roberto Vital, que também participou da solenidade, ressaltou que o LAB-LD vai ser fundamental para combater o crime. “As ações criminosas são mantidas por recursos e meios ilegais, principalmente a lavagem de dinheiro. Quebrar a economia do crime organizado com tecnologia de ponta, desmontando redes de transações ilícitas, é agora uma ação que vamos realizar com melhores condições”, afirmou.
*Com informações da assessoria