Família que cuidava do filhote de onça ‘Golias’, no AM, protesta contra sua transferência para zoológico no Sul

Um grupo de moradores do município de Santo Antônio do Sá, no interior do Amazonas, realizou na manhã desta sexta-feira (28) uma manifestação em frente à sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na capital amazonense. O motivo do ato é o filhote de onça pintada Golias, que foi retirado da guarda da família que o criava como animal de estimação e transferido para Manaus. Agora, os manifestantes exigem informações sobre o estado do felino e lutam para que ele não seja enviado a um zoológico no sul do país.

Golias, que ganhou o carinho da família após ser encontrado em condições vulneráveis na região, foi levado pelo Ibama para a capital há algumas semanas. Desde então, os familiares afirmam não terem recebido atualizações sobre sua saúde ou localização exata. “Ele era como um de nós, cuidamos dele com todo amor. Queremos saber como ele está e para onde vai”, desabafou Lourdes Silva, uma das organizadoras do protesto, enquanto segurava um cartaz com a foto do pequeno felino.

O Ibama planeja transferir Golias para o Zoológico de Pomerode, em Santa Catarina, onde o animal seria integrado a um programa de conservação da espécie, considerada vulnerável na natureza. No entanto, a família discorda da decisão e defende que o filhote seja encaminhado ao Instituto Onça Pintada, em Goiás. Segundo eles, o instituto teria condições mais adequadas para preservar o vínculo do animal com seu habitat natural e oferecer cuidados especializados.

Durante o protesto, os manifestantes carregaram faixas com frases como “Golias merece viver livre” e “Ibama, escute a família”. A mobilização chamou a atenção de curiosos e gerou debate entre ambientalistas e populares sobre o destino de animais silvestres retirados de convivência humana.

Em resposta, o Ibama emitiu uma nota afirmando que a decisão pela transferência foi tomada após consulta a diversos institutos ambientais e que o envio de Golias ao sul do Brasil depende apenas da logística de voos comerciais. “Nosso objetivo é garantir o bem-estar do animal e contribuir para a preservação da espécie”, informou o órgão, destacando que a criação de animais silvestres como pets é proibida por lei.

Enquanto o impasse continua, a história de Golias reacende discussões sobre a relação entre comunidades ribeirinhas e a fauna amazônica, além de levantar questões sobre os limites da intervenção humana na vida selvagem. Por ora, a família promete manter a pressão até que tenha certeza de que o filhote receberá o destino que julgam mais digno.

*Com informações do CM7 Brasil