Foi realizado na última sexta-feira (5), no município de Tefé, o encerramento do projeto “O uso das Plantas Medicinais no cuidado íntimo das estudantes da EJA da Escola Estadual Corintho Borges Façanha”. A iniciativa destacou a importância dos saberes ancestrais no cuidado com a saúde íntima das mulheres da Educação de Jovens e Adultos (EJA), promovendo conhecimento, autonomia e valorização cultural.
O projeto teve como objetivo resgatar, valorizar e ressignificar o conhecimento tradicional sobre o uso de plantas medicinais no ambiente escolar, fortalecendo o diálogo entre os saberes populares e as práticas educativas formais. A ação contou com a participação ativa das estudantes da EJA, que atuaram de forma protagonista em todas as etapas do trabalho, desde as pesquisas até a culminância do projeto.
A iniciativa foi aprovada no âmbito do Programa Ciência na Escola (PCE), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), reforçando a relevância científica, educacional e social do projeto desenvolvido na comunidade escolar.
Durante o encerramento, foram distribuídas às estudantes garrafadas e mudas da planta atroveram, tradicionalmente utilizada para o alívio de cólicas menstruais e no tratamento de inflamações, contribuindo para o bem-estar, o autocuidado e a valorização da medicina tradicional amazônica.
A professora coordenadora do projeto, Thaila Bastos da Fonseca, destacou a importância do reconhecimento desses conhecimentos tradicionais, especialmente no contexto amazônico. Segundo ela, os saberes populares muitas vezes não recebem a devida valorização pela indústria farmacêutica, mas exercem papel fundamental na vida das mulheres da região.
“Talvez para a indústria farmacológica esses saberes ancestrais não tenham tanta importância ou relevância. Mas, para as mulheres da Amazônia que fazem uso dessa medicina, desses medicamentos naturais, esses saberes são importantes, têm relevância e, mais do que isso, são eficazes, porque estão relacionados à fé e ao conhecimento ancestral transmitido de geração em geração”, afirmou a professora.

O projeto contou ainda com a participação dos estudantes bolsistas da EJA Chaly Oliveira Dias, Fernando Arcanjo Gonçalves e Larissa de Souza Martins, que contribuíram de forma significativa para o desenvolvimento das atividades, pesquisas e ações educativas.
Ao valorizar a cultura tradicional e promover o protagonismo feminino, o projeto reafirma o papel da escola como espaço de diálogo entre ciência, educação e saberes ancestrais, fortalecendo a identidade cultural e o cuidado integral com a saúde das mulheres amazônidas.





