Os criadores de abelhas nativas sem ferrão da região de Tefé (AM) reuniram-se, na última quinta-feira, dia 01 de setembro, para o 1º Encontro de Meliponicultores do Médio Solimões. O evento reuniu instituições e criadores para discutir as boas práticas do manejo de abelhas, a legislação vigente e a comercialização dos produtos.
O encontro foi promovido pela Associação de Produtores Agroextrativistas da Floresta Nacional de Tefé e Entorno (Apafe), com o apoio do Instituto Mamirauá, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Secretaria de Produção e Abastecimento do município de Tefé e do Serviço Brasileiro de Apoio Às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
O técnico do Programa de Manejo de Agroecossistemas do Instituto Mamirauá, Jacson Rodrigues, acompanha os criadores de abelhas associados à Apafe, contribuindo com a assessoria técnica para o desenvolvimento do manejo de abelhar para produção de mel. “Esse é um momento de reunir as instituições parceiras, os criadores e as associações para discutir estratégias e tentar viabilizar cada vez mais a atividade aqui na região. Hoje, a gente vê que a atividade está ganhando uma visibilidade muito boa no estado do Amazonas. É importante a gente contribuir para o fortalecimento da atividade na região”, comentou.
Durante o encontro, Jacson apresentou a legislação atual vigente a respeito da meliponicultura e as orientações do Instituto Mamirauá – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – sobre o manejo das abelhas nativas sem ferrão para a produção de mel. Foi distribuída, para os participantes do evento, a cartilha desenvolvida pelo Instituto com as técnicas e práticas da atividade, a partir das experiências com os criadores de abelha da Reserva Amanã.
Francisco Dácio Falcão, presidente da Apafe, afirma que o manejo de abelhas vem se configurando como uma atividade para complemento de renda das famílias. “Nós começamos como alunos e, hoje, nós somos multiplicadores do conhecimento dos criadores de abelhas da Flona. Éramos quatro criadores em 2011 e, hoje, somos 25. É uma atividade que tem mercado, que gera renda, um complemento. Hoje eu tenho alguns materiais comprados com a venda do mel, já estamos conseguindo investir em equipamento para a própria atividade”, disse.
Em 2011, por meio de uma parceria com o ICMBio, o Instituto Mamirauá realizou um curso sobre manejo de abelhas sem ferrão para a produção de mel para os produtores rurais da Flona Tefé. Desde o período, os técnicos do Instituto apoiam o desenvolvimento da atividade.
“O Instituto Mamirauá teve uma participação muito importante para a formação desse grupo. Essa parceria começou em 2011, através de um curso que foi o marco inicial para a esse processo de criação de abelhas pela Flona. A participação do Instituto foi e é muito importante para dar suporte aos produtores”, contou Astrogildo Martins de Moraes, Analista Ambiental do ICMBio.
Astrogildo reforça que a atividade surgiu a partir de uma demanda dos próprios comunitários. “É importante ressaltar que esse éum projeto de iniciativa popular, que surgiu pelos produtores e moradores da Flona, que tiveram a ideia de criar abelhas, incentivados e apoiados pelo ICMBio, mas tocado pelos próprios comunitário, com ajuda de alguns parceiros. O que a gente tira como positivo desse grupo é a melhoria na qualidade de vida, que já é uma fonte de renda que ajuda na manutenção da família, eles já têm a confiança do consumidor no mercado local e a venda de toda a produção localmente. O mais legal de tudo é que esse é um projeto tocado por eles: eles mesmos são os treinadores, fazem os cursos, as oficinas, a mobilização, trocam experiência entre si”, comentou.
Atualmente, são 25 famílias da Flona de Tefé, associadas à Apafe, que realizam o manejo de abelhas. Além dos criadores da Flona, também participaram do encontro criadores da Reserva Amanã.
Com informações da Assessoria / Fotos: Amanda Lelis