O Exército Brasileiro está prestes a transformar a Amazônia em um polo estratégico de inovação tecnológica. Durante reunião com lideranças políticas e empresariais, o Comando Militar da Amazônia (CMA) e o Instituto Militar de Engenharia (IME) apresentaram o projeto de expansão do Instituto de Pesquisa do Exército na Amazônia (IPEAM), inaugurado em 2024 com foco em soluções de defesa e desenvolvimento sustentável.
Tecnologia e inovação no contexto amazônico
Localizado em uma das regiões mais sensíveis e estratégicas do país, o IPEAM nasce com a missão de desenvolver tecnologias de uso dual voltadas aos desafios específicos da Amazônia Ocidental. O plano de expansão do instituto amplia sua capacidade de atuação em áreas como inteligência artificial aplicada ao monitoramento ambiental e de fronteiras, drones de longo alcance, tecnologias quânticas, biotecnologia adaptada à floresta tropical e energias renováveis.
Essas inovações têm como objetivo não apenas aprimorar a vigilância de fronteiras e combate aos crimes ambientais, mas também oferecer alternativas sustentáveis para a infraestrutura e logística amazônica. Os projetos em desenvolvimento incluem sensores para detecção precoce de desmatamento, sistemas de comunicação criptografada para regiões isoladas e novos materiais com base em compostos vegetais da floresta. A ideia é que o IPEAM atue como um laboratório de soluções sob medida para o bioma amazônico, gerando impacto positivo tanto na área de defesa quanto no setor civil.
Formação de capital humano e saberes locais
Um dos pilares da proposta de expansão é a formação de capital humano local. O Exército pretende estabelecer parcerias com universidades, institutos federais e centros de pesquisa da região para integrar pesquisadores amazônidas ao ecossistema científico-militar. Essa medida visa fortalecer a capacidade de inovação regional e valorizar o conhecimento tradicional dos povos da floresta, conectando ciência de ponta com a realidade do território.
Além de bolsas de pesquisa e cursos de capacitação, o projeto prevê a criação de laboratórios de campo e estágios supervisionados, aproximando a juventude local da pesquisa aplicada. O objetivo é transformar o IPEAM em uma referência de educação científica, gerando empregos qualificados e promovendo o desenvolvimento humano sustentável na Amazônia.
O papel do Exército na transformação da Amazônia
A expansão do IPEAM representa uma mudança de paradigma na atuação das Forças Armadas na região. Além da tradicional missão de defesa da soberania nacional, o Exército Brasileiro passa a desempenhar um papel ativo na promoção da ciência, tecnologia e inovação. Essa nova abordagem se alinha à ideia de que a segurança nacional está diretamente ligada à capacidade de inovação e ao desenvolvimento sustentável dos territórios mais estratégicos.
Ao investir na Amazônia como polo de tecnologia e pesquisa, o Exército reafirma seu compromisso com a integração nacional, a valorização do conhecimento brasileiro e a defesa dos interesses do país diante de ameaças contemporâneas — que vão desde os crimes transfronteiriços até os impactos das mudanças climáticas. O IPEAM é, assim, uma ponte entre o Brasil do presente e o futuro da defesa tecnológica nacional.
*Com informações da assessoria