A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) reuniu mais de 250 alunos de instituições como o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Faculdade Metropolitana (Fametro) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em Tefé (distante 523 quilômetros de Manaus), para encerrar a programação do projeto “Caminhos da Inclusão”.
O encontro, coordenado pela Escola Superior da Defensoria Pública do Amazonas (Esudpam), aconteceu na noite desta terça-feira (23), no Centro de Convivência do Idoso Manuel Armando da Silva Retto, na Estrada do Aeroporto. Durante o evento, o servidor da DPE-AM e militante da causa da pessoa com deficiência Fábio Ricarte, do Núcleo de Defesa da Saúde (Nudesa), apresentou a palestra sobre a perspectiva de quem vivencia os desafios da inclusão diariamente.
Tefé foi a primeira cidade a receber o “Caminhos da Inclusão”, que vai percorrer o interior do Amazonas para conscientização sobre os direitos da pessoa com deficiência.
“Começamos o projeto bem, hoje tivemos o auditório cheio de alunos, entre estudantes universitários e também de cursos técnicos, que vão multiplicar essa mensagem da Defensoria. A partir de agora, vamos seguir por todo o Amazonas levando essa palavra de ordem que é a mais importante numa vida em sociedade, a inclusão”, avaliou o Defensor Público Geral, Rafael Barbosa.
“A inclusão precisa ser real, vivida no dia a dia, na educação, no trabalho, no lazer, na saúde e em todas as oportunidades. Esse é o caminho que escolhemos trilhar junto com a sociedade”, completou.
Emer Gomes, secretário executivo da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEPcD), destacou que a participação do público durante a ação em Tefé mostrou interesse da população pela pauta.
“Foi uma noite memorável, com um público interessado em ouvir, entender e desmistificar os direitos e garantias da acessibilidade. Ainda estamos distantes da realidade das pessoas com deficiência, tem muito o que fazer, mas foi um bom começo”, disse o secretário executivo. “Como cidadão tefeense, começar esse projeto na minha cidade me deixou muito entusiasmado por tudo que ainda podemos fazer”.
O palestrante Fábio Ricarte reforçou que a receptividade das pessoas apresentou empatia e respeito às PcD. “Tefé acolheu a política de inclusão e acessibilidade, esperamos que a próxima geração possa colher os frutos desse momento que estamos vivendo, de todas as informações que foram compartilhadas nesses dois dias”, comentou o servidor da Defensoria Pública.
Nova perspectiva
Eluana Martins, de 42 anos, contou que enfrentou dificuldades porque tem uma pessoa com deficiência visual na família e, a partir da palestra, tem uma nova perspectiva.
“Aprendi muito sobre as leis hoje e isso vai ser interessante no dia a dia, vou compartilhar com meu esposo todos os direitos que ele tem na sociedade”, afirmou a universitária.
Para Ítalo Freitas de Araújo, de 22 anos, palestras voltadas para o tema de pessoas com deficiência precisam acontecer e gerar ainda mais debates. “A palestra em si foi gratificante, principalmente para mim, que estou começando uma trajetória acadêmica, absorvendo muitas informações importantes e esse debate traz uma reflexão importante e obrigatória para todos”, pontuou.
Ensino Médio
Durante dois dias, a Defensoria Pública circulou em Tefé com o projeto “Caminhos da Inclusão”; entre as atividades, aconteceu também um bate-papo com os alunos do Ensino Médio do Centro de Educação de Tempo Integral Hélio Bessa, na rua Pedro Coco, bairro Monte Castelo.
O diretor da Esudpam, defensor público Helom Nunes, explicou que, na ocasião, uniu os projetos “Caminhos da Inclusão” e “Defensoria nas Escolas: Construindo Cidadania” para apresentar temas como Constituição Federal, direitos fundamentais, sistema de justiça e Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
“Com uma metodologia dinâmica e acessível, levamos conhecimento aos estudantes sobre cidadania e aproximamos a Defensoria das comunidades escolares”, enfatizou o defensor público. “Defensoria Pública forte, presente e transformadora só se faz com educação em direitos”.
Para a estudante Esther Mariane, a palestra reforçou os direitos e deveres como cidadão. “Desde crianças somos ensinados a seguir as leis dentro e fora de casa e tudo que apresentado na palestra vai ajudar a fazer nosso papel na sociedade”, comentou a aluna.
A Constituição chamou a atenção de Adryan Castro, aluno do terceiro ano. “Essa experiência foi muito boa porque tivemos acesso a informações da Constituição do Brasil, os direitos que o cidadão tem a partir do momento que ele nasce”, afirmou.
*Com informações DPE-AM