Sistema de captação da energia solar é instalado no Instituto Mamirauá

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Foi concluída na sede do Instituto Mamirauá a instalação do primeiro Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede com seguimento solar da região norte do Brasil. São duas placas solares em que os módulos são alojados em uma estrutura móvel, na qual o ângulo de inclinação e orientação é variável durante o dia, para possibilitar melhor aproveitamento da radiação solar. Esse tipo de sistema é conhecido como Sistema fotovoltaico Conectado à Rede – com seguimento solar, uma vez que possibilita ao gerador fotovoltaico acompanhar a trajetória do sol.
A energia gerada é conectada à concessionária local. São instalados módulos que transformam a corrente elétrica, injetando a energia gerada direto ao consumo do prédio da Biblioteca Henry Walter Bates do Instituto Mamirauá. A energia excedente, quando a geração é superior à demanda do prédio, é direcionada para a rede de sistema local para distribuição na cidade.
A iniciativa é uma pesquisa realizada pelo Instituto Mamirauá, por meio de Grupo de Pesquisa em Inovação Desenvolvimento e Adaptação de Tecnologias Sustentáveis (Gpidats), em parceria com o Grupo de Estudos e Desenvolvimento de Alternativas Energéticas (GEDAE), da Universidade Federal do Pará(UFPA), e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Energias Renováveis e Eficiência Energética da Amazônia (INCT – EREEA).
No estudo, está sendo analisado o desempenho dos dois tipos de sistema, do que segue a trajetória do sol e do que possui orientação fixa dos módulos. O objetivo é avaliar qual o sistema mais adequado como investimento em energia renovável na região.
“Esse estudo é importante em vários aspectos que vão desde a formação de pessoas na Região Norte, muito carente de mão de obra qualificada, até o desenvolvimento de estudos da operação da aplicação solar fotovoltaica nas condições ambientais da nossa região, que é diferenciada”, afirmou Wilson Negrão Macêdo, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA).
“Além disso, estamos introduzindo um sistema de geração de energia renovável em uma rede convencional a diesel”, reforçou o pesquisador. Dados do sistema serão monitorados para avaliar o seu desempenho. Com a instalação de sensores, poderão ser medidos: a energia gerada, a energia que o sistema entrega à rede local, a estimativa de redução de emissão de CO2 na atmosfera, além de variáveis que estão relacionadas diretamente à geração da energia solar, como a temperatura dos módulos, velocidade e direção do vento, entre outros dados.
Esses valores serão constatados na prática, por meio de medição, e possibilitarão avaliar o desempenho desses sistemas em diversos aspectos como: o desempenho individual de cada equipamento que compõe o Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede (SFCR); o desempenho da estratégia de seguimento solar; os fluxos de energia entre rede elétrica convencional e o SFCR e carga do prédio ao qual está conectado, entre outras variantes.
O sistema já está em funcionamento há uma semana, injetando energia no prédio da biblioteca do Instituto. Durante esse período, apenas um dos sistemas já gerou 92kw/h, reduzindo a emissão de 65kg de gases de efeito estufa na atmosfera, considerando a diminuição do uso da matriz diesel, convencionalmente utilizada na região.
“Uma das contribuições que o sistema traz para o grupo e para a sociedade é que ele vai se transformar em uma vitrine tecnológica, para que essa tecnologia seja replicada, não só na cidade, mas também em outros lugares da região amazônica. Assim como influenciar na criação e implementação de políticas públicas com foco em energias renováveis na Amazônia”, reforçou Josivaldo Modesto, coordenador do Núcleo de Inovações Tecnológicas Sustentáveis (Nits), do Instituto Mamirauá. O Instituto é pioneiro na instalação de sistemas fotovoltaicos conectados à rede na Amazônia.

Com informações da assessoria