Um parto considerado raro e delicado marcou a rotina da Maternidade Ana Braga, na zona Leste de Manaus, nesta quarta-feira (9). Elizandra da Costa, de 22 anos, deu à luz gêmeas siamesas unidas pelo abdômen, em um procedimento que exigiu o empenho total da equipe médica da unidade. As bebês nasceram com aproximadamente 2,4 quilos cada e estão sob cuidados intensivos, apresentando quadro de saúde estável.
Natural do interior do Pará, Elizandra decidiu realizar o parto na capital amazonense, atraída pela estrutura avançada da rede pública de saúde. Desde novembro de 2024, ela vinha realizando o pré-natal de risco em Manaus, com acompanhamento contínuo até o nascimento das filhas.
“Optei por vir para Manaus porque aqui tem uma estrutura melhor para ter as crianças e todo um suporte. Depois que dei entrada, vi que a equipe é excelente. Estão me tratando muito bem e isso é muito gratificante para a gente que é mãe, porque nos sentimos acolhidas”, relatou a jovem, que segue sob observação médica.
Devido à complexidade do caso, as recém-nascidas passarão por uma série de exames nas próximas semanas para avaliar as possibilidades de uma futura cirurgia de separação. Os profissionais buscam entender o grau de compartilhamento de órgãos entre as irmãs antes de definir os próximos passos.
O diretor da Maternidade Ana Braga, Edilson Albuquerque, destacou que este é o primeiro parto de gêmeas siamesas realizado na unidade em seus 20 anos de funcionamento. “É a primeira vez que a nossa equipe recebe um caso desse porte. Temos uma rede preparada para acolher essa mãe, que veio de outro estado e confiou no nosso serviço”, afirmou.
Referência em atenção neonatal na região, a Maternidade Ana Braga conta com infraestrutura especializada, como o Centro de Parto Normal Intrahospitalar (CPNI), Banco de Leite Humano e o método Canguru — este último prioriza o contato pele a pele entre pais e bebês, fortalecendo o vínculo e promovendo o aleitamento materno.
O nascimento das gêmeas siamesas comoveu profissionais da saúde e a comunidade, que agora acompanha com expectativa a evolução clínica das recém-nascidas. A possível cirurgia de separação será um desafio médico de alta complexidade, mas a mobilização da equipe reforça o compromisso da unidade com a vida e o cuidado humanizado.