A França anunciou planos para construir, até 2028, um presídio com setor de segurança máxima na floresta amazônica, destinado a abrigar criminosos de alta periculosidade. A unidade será erguida na Guiana Francesa, departamento ultramarino francês que faz fronteira com o estado do Amapá, no Brasil.
O ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, visitou no último fim de semana a cidade de Saint-Laurent-du-Maroni, localizada próxima à divisa com o Suriname, onde será implantado o complexo penitenciário. A estrutura incluirá um tribunal e uma penitenciária com capacidade para 500 detentos, sendo 60 vagas reservadas ao regime de segurança máxima e outras 15 voltadas a presos ligados ao extremismo islâmico.
O projeto, avaliado em 400 milhões de euros — cerca de R$ 2,5 bilhões —, tem como objetivo endurecer o combate ao narcotráfico na região. De acordo com Darmanin, os detentos não terão acesso a áreas urbanas nem a meios de comunicação, dificultando o comando de atividades criminosas de dentro da prisão.
Saint-Laurent-du-Maroni já tem um passado marcado pelo sistema prisional. A cidade abrigou uma das mais conhecidas colônias penais da história francesa, imortalizada no livro “Papillon”, que inspirou duas adaptações cinematográficas.
Antes de seguir para a Guiana Francesa, Gérald Darmanin esteve em São Paulo, onde se reuniu com os ministros brasileiros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Mauro Vieira (Relações Exteriores). O encontro tratou de temas como cooperação jurídica, combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas.